terça-feira, 24 de julho de 2012

A moda do cigarro eletrônico



Dispositivo que reproduz um cigarro comum, mas sem tabaco, conquista personalidades no exterior. Seus efeitos ainda são desconhecidos, por isso, no Brasil, ele está proibido

Paula Rocha
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De longe ele parece um cigarro comum. Quando tragado, fica vermelho na ponta e libera fumaça. Ao chegar mais perto, porém, é possível perceber que a brasa não passa de uma luz de LED e a fumaça – para a felicidade de muitos fumantes e não fumantes – não possui cheiro algum. Conhecidos como cigarros eletrônicos ou e-cigarettes, esses dispositivos patenteados na China em 2003 ganharam força recentemente entre celebridades internacionais e personalidades brasileiras. Famosos como a modelo Kate Moss, os atores Mel Gibson, Leonardo DiCaprio e Charlie Sheen e a cantora Britney Spears trocaram seus cigarros de tabaco convencionais pela versão eletrônica, com a promessa de que os novos aparelhos são menos nocivos do que o cigarro tradicional. A falta de estudos conclusivos sobre os e-cigarettes, porém, ainda mantém as desvantagens e implicações do uso desses dispositivos envoltas em fumaça, e por isso sua importação, comercialização e propaganda estão proibidas no Brasil desde 2009.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o cigarro eletrônico nunca teve registro no País devido ao “princípio da precaução”, uma vez que falta comprovação científica sobre a segurança e eficácia do produto. Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration) tentou, em 2010, banir os e-cigarettes. Porém, a associação dos produtores de cigarros eletrônicos – que conta com mais de 100 afiliados – processou o órgão americano e venceu em 2011. Hoje, esses cigarros podem ser comprados legalmente nos Estados Unidos em bares, lojas de conveniência ou pela internet, e seu uso é tolerado em locais onde seria impensável acender um cigarro comum, como aeroportos e até mesmo hospitais. A facilidade para comprar e usufruir os dispositivos para fumar fizeram aumentar o número de usuários dessa nova tecnologia. De acordo com dados do U.S. Centers for Disease Control and Prevention (centros americanos para prevenção e controle de doenças), o número de americanos que haviam fumado um cigarro eletrônico aumentou mais de quatro vezes em apenas um ano, passando de 0,6% da população, em 2009, para 2,7% em 2010, o que equivale a mais de oito milhões de pessoas.

Aqui no Brasil não há levantamentos sobre o total de adeptos dos cigarros eletrônicos. O uso do produto em si não é proibido e, segundo a Anvisa, quem for flagrado utilizando ou trazendo um desses aparelhos do Exterior para consumo próprio não pode sofrer nenhuma sanção. Já quem comercializa os e-cigarettes está cometendo um ato ilegal. No entanto, mesmo com a venda proibida, muitos sites nacionais oferecem versões importadas do produto, com preços que variam entre R$ 79 e R$ 299, incluindo acessórios como carregadores de bateria e refis – líquidos que podem conter ou não nicotina e sabores, como banana, bacon e até peixe, e são acoplados à estrutura de plástico do cigarro na forma de cartuchos. Dentro do aparelho, um aquecedor transforma os líquidos em vapor de água, que é inalado como a fumaça do cigarro tradicional (leia quadro) e, na presença de nicotina, provoca a mesma sensação de prazer obtida com o tabaco. Porém, ao contrário do cigarro normal, o e-cigarette não contém alcatrão nem monóxido de carbono, duas das quase cinco mil substâncias tóxicas que compõem os cigarros tradicionais, muitas delas cancerígenas.

A maioria dos adeptos dos e-cigarettes no Brasil afirma que usa o dispositivo como uma forma de diminuir e até parar o consumo dos cigarros normais, caso de Bia Antony, mulher do ex-jogador de futebol Ronaldo. Recentemente, ela foi flagrada fumando um eletrônico e teria deixado explícita sua vontade de abandonar os tradicionais. Para Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento ao Tabagismo do InCor (Instituto do Coração) de São Paulo, os cigarros eletrônicos até poderiam funcionar como um recurso terapêutico para fumantes que desejam abandonar o vício, mas ainda estão condicionados à dependência de nicotina e ao hábito de tragar. “Porém, como se trata de um produto não regulamentado, não há como saber de fato quais são as substâncias presentes nesses cigarros nem se elas podem trazer malefícios a longo prazo”, diz. “Por isso, seu uso não é recomendado pelos médicos.” 
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Fonte : ISTOÉ



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